Empresários foragidos após cancelamento de formaturas e prejuízo de R$ 7 milhões em MT se entregam à polícia
21/05/2025
(Foto: Reprodução) Empresa encerrou as atividades em janeiro deste ano, alegando problemas financeiros. Nesta terça-feira (20), o casal foi alvo de uma operação da Polícia Civil. Casal de empresários Márcio Júnior Alves do Nascimento e Eliza Severino Da Silva são investigados por golpes contra estudantes de MT
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O casal de empresários Márcio Júnior Alves do Nascimento e Eliza Severino Da Silva, responsáveis pela empresa Imagem Serviços de Eventos, investigada por aplicar golpes em festas de formatura no estado, se entregaram nesta quarta-feira (21) após prisão preventiva ter sido decretada pela justiça após investigação da Policia Civil. O casal estava foragido desde o início desta semana.
De acordo com a Polícia Civil, Márcio se entregou na Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon) em Cuiabá, e Eliza na delegacia de Maringá (PR).
A polícia estima que Márcio e Eliza fizeram mais de mil vítimas e causaram um prejuízo de mais de R$ 7 milhões aos estudantes. Nesta terça-feira (20), os empresários foram alvos de uma operação da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá.
Cerca de 250 boletins de ocorrência foram registrados contra a empresa. Em alguns deles, há relatos de mais de uma vítima, com casos que reúnem até 20 estudantes em um único boletim.
O g1 entrou em contato com a defesa dos investigados, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Em depoimento à polícia, eles alegaram dificuldades financeiras para o encerramento repentino das atividades das empresas.
Os empresários foram encaminhados à audiência de custódia, e devem permanecer presos em unidades prisionais de Maringá e da região metropolitana de Cuiabá, à disposição da Justiça.
Empresários foragidos após cancelamento de formaturas fizeram mais de mil vítimas e planejaram golpe para fugir do estado
Plano de golpe
Ainda de acordo com o delegado Rogério da Silva Ferreira, os empresários teriam planejado o golpe com antecedência, pois já sabia que a empresa seria fechada, mas precisava arrecadar dinheiro para deixar o estado. Um dia antes do encerramento das atividades, chegaram a fechar contratos, mesmo cientes de que a empresa estava prestes a encerrar as operações.
"As investigações apontam que, uma vez cientes que as empresas seriam fechadas no começo de 2025, eles planejaram com antecedência e esse planejamento visou obter um maior valor possível em prejuízo das vítimas", disse.
Os suspeitos são investigados por crime contra o patrimônio, crime contra as relações de consumo e associação criminosa, com penas que podem chegar aos 13 anos de prisão e multa.
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O que disseram os estudantes
Estudantes da 15° turma de medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso, em Cáceres.
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Em fevereiro deste ano, o g1 conversou com diversos estudantes que efetuaram denúncias contra a empresa. A estudante de medicina pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) de Cáceres, Alana Gosch, disse que somente a turma dela sofreu um prejuízo de R$ 307 mil, fora os gastos pessoais de cada aluno.
Já a estudante de odontologia Eduarda Santana, de 21 anos, que estuda em uma universidade particular de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, disse que ela e a irmã investiram cerca de R$ 46 mil.
"Estamos todos arrasados com a notícia [do cancelamento da festa], porque fomos pegos de surpresa, não só na parte financeira, mas também no emocional. Fomos atrás de vestido, marcamos maquiagem, fizemos lembrancinhas. Foram 4 anos de espera pra acontecer isso 15 dias antes da festa", disse.
Além dos alunos, alguns funcionários do estabelecimento informaram que não receberam os salários referente aos meses de dezembro e janeiro.
O fotógrafo Guilherme Firmino relatou em entrevista ao g1 que foi informado pelo advogado da empresa de que as contas do estabelecimento haviam sido bloqueadas e por isso os salários não poderiam ser pagos, mas que, em breve, alguém entraria em contato para ressarcir os valores.
No entanto, de acordo com ele, não recebeu nenhum contato por parte da empresa. Ele alega que o estabelecimento deve a ele cerca de R$ 10 mil.
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